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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"O ÚLTIMO"

A criancinha, sentada à beira do riacho, atira as belas
flores, uma após outra, à rápida correnteza e chora
entristecida quando a última desaparece.
O perdulário esbanja as centenas e os milhares de
reais, mas o último, ao desaparecer, arranca-lhe
profundo suspiro, pois se lembra da sua prodigalidade
e insensatez. O glutão come sem se preocupar com o
dia de amanhã, mas quando sua vida de desperdício já
lhe reduziu o alimento a um pedaço de pão velho
e duro, lembra-se com remorsos, das pecaminosas
orgias dos dias passados. O que busca prazeres, se
ufana por matar o tempo, recusa com angústia sua
hora final e oferece todos os seus bens por um dos
dias que malbaratou. E assim, toda a multidão de
homens negligentes, corre em busca de alegria e de
pecado. Consome as horas da graça e as oportunidades
de salvar-se, até o ponto em que sua alegria se muda
em pranto, sua glória em desespero, quando o último
dia se apresenta em toda sua solenidade a um mundo
pecaminoso.
Mas, quem acredita nessas coisas? Quem lhes dá
atenção? O perdulário, espera possuir riquezas
eternas; o voluptuoso sonha com anos de saúde e
gozo; o glutão diz: “será o dia de amanhã como este
ou muito melhor?”; o escarnecedor que anda em
sua concupiscência, diz: “onde está a promessa de sua
vinda?”.
Mas o perdulário será reduzido à pobreza, o
sensual irá para um leito de morte e o escarnecedor
será chamado a comparecer ante o “tribunal de Cristo”.
Todas as coisas terrenas têm seu fim. A retidão conduz
à vida, mas o pecado sendo consumado gera a morte.
Por terrível que seja, porém, o último passo, o primeiro
é realmente perigoso. O lugar em que devemos ficar é
no princípio. O que é reto deve ser feito em todo
tempo. Cada momento é precioso, tanto o primeiro
quanto o último. Mas os homens não vêem nem
compreendem isto, mesmo admitindo sua veracidade.
Admitindo ou não este fato, o verão e o compreenderão,
por fim. Dele ficarão apercebidos quando já for
demasiado tarde, porque as últimas coisas hão de chegar
sem demora.
Por todo pecador haverá um último dia de repouso, uma
última reunião solene, um derradeiro sermão, uma
exortação última, uma derradeira súplica, um derradeiro
convite, uma admoestação última, um último chamado.
Haverá a última vacilação, uma última luta, uma
decisão última, uma recusa derradeira de aceitar o
misericordioso chamado. Haverá uma última negativa ao
oferecimento da salvação, um último desprezo à
longanimidade de Deus, uma última resistência ao Espírito
Santo, um último olhar de desprezo ao filho de Deus,
e velará a angústia de um coração carregado, um
último sorriso. Haverá uma derradeira resposta leviana
à solene pergunta quanto à eternidade, e pela última
vez se dirá: “por agora, vai-te, e tendo oportunidade te
chamarei”. Pela última vez, o pecador abrirá o livro
de Deus, fechará suas páginas com menosprezo,
considerará negligentemente suas promessas de perdão
e salvação, zombará das lágrimas e orações dos servos de
Deus, rejeitará com rebeldia o Reino de Cristo e se
recusará a confessá-lo como Senhor de todos. E, haverá
um último dia de misericórdia para um mundo ímpio.
Cairá a última lágrima dos olhos dos que choram levando
a preciosa semente, e o derradeiro molho será recolhido
ao celeiro do Senhor. Algum pregador fiel, alguma igreja
piedosa, algum pai solícito, alguma mãe consagrada,
algum irmão crente, alguma irmã intercessora, terá
ganhado a última alma. Alguma fervorosa súplica,
alguma ardente exortação, algum terno convite, algum
testemunho, algum folheto, alguma palavra pronunciada
de passagem, terá ganhado para a cruz do Salvador o
rebelde arrependido, para quem a última coroa está preparada.
Há um só lugar vago nas resplandecentes fileiras dos remidos;
um só assento real à destra de Cristo; um único diadema de
glória resplandecerá por todos os séculos vindouros da
incompreensível existência de Deus!
A última alma entrará na arca e começará o dilúvio. De Sodoma,
será retirado o último justo que nela se demorou, e
desencadear-se-á a tempestade de fogo. Na festa das
bodas, entrará a última virgem prudente, e a porta será fechada.
Salvar-se-á o último pecador que tiver de ser salvo, e o que
for injusto permanecerá injusto ainda.
Os homens não conhecerão a última oportunidade, quando ela
se apresentar. Não crerão que é a última até que tenha
desaparecido. Passará esse dia, tão descuidadamente, como
os anteriores. Sonharão com ociosidade, brincarão com coisas
fúteis e se entregarão a excessos para satisfazer os sentidos
e esquecer seu Criador. Desterrarão da mente os importunos
pensamentos de Deus, da morte, do juízo e da eternidade.
Endurecerão o coração contra a voz da misericórdia e o
convite da graça. Cruzarão ousadamente o terreno
ensanguentado do Calvário para se dirigirem à perdição.
Terão por profano o sangue da aliança eterna e ofenderão o
Espírito da graça. Não ouvirão à súplica: Convertei-vos, pois...
por que razão morrereis?”, e sonharão com esperança,
perdão e salvação, até que sejam despertados e, terrivelmente
surpreendidos por notar que tudo terminou e, que estão perdidos.
Então, os que foram admoestados em vão, serão condenados;
para eles estarão eternamente fechadas as portas da vida.
Terão removido a última barreira que a misericórdia pusera em
seu caminho de morte, e estarão fora do alcance daquele
sangue que fala de paz e limpa do pecado. Inconscientemente,
terão atravessado a linha que, invisível para nós, cruza toda a
senda, o limite oculto entre a paciência e a ira de Deus, e
chorarão quando o choro não tiver mais efeito.
Então, haverá uma noite cerrada, nenhuma estrela para iluminar,
nenhum amanhecer para fazer cessar sua lugubridade. O dia
da graça terá passado, mas permanecerão: a terrível expectativa
do julgamento, o leito de morte sem esperança, a hora da
despedida, a sombra do desespero, a intensa escuridão, o solene
som da trombeta, a vinda do Senhor, o dia do juízo, a
condenação eterna, a terrível recompensa, o lago de fogo, a
segunda morte.
Caro leitor, pense nessas coisas. Hoje poderá ser o último dia.
Esta poderá ser tua última admoestação. O derradeiro chamado
de Cristo poderá chegar aos teus ouvidos hoje!

AGORA, É O TEMPO ACEITÁVEL E HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO!!!

Texto retirado do livro: "Transforme seus sonhos em realidade", 
do Pr. Paulo Antonio (IDPB - Vila Continental)

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